terça-feira, 22 de novembro de 2011

Doce Novembro


Embriagar-me-ei nos teus risos absurdos
Desdenharei do tempo, tão plebeu
Derramarei-me no teu corpo como balsamo perfumante
Mostrarei-te meus olhares de ave de rapina
Sim, consigo decifrar tua alma transparente
Beijar - ti- ei com o vigor escrachado de sempre
Inferirei-te minha adocicada peçonha
Amaldiçoarei os que te odeiam e abençoarei os que te amam
Expor-ti-ei o júbilo deslumbrante dos meus sonhos
E marcarei teu espírito com minha assinatura
Estarás sempre em mim, fazendo parte de mim
O tal, menino de olhos tristes e sorriso bem aventurado
O tal, Doce Novembro.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Hoje eu Queria


Hoje eu queria apenas braços para abraços
Hoje eu queria apenas bocas para beijos
Hoje eu queria que o céu não fosse esse azul tão irritante
Hoje eu queria que os sons não se propagassem
Hoje eu queria que os gritos cessassem na minha cabeça
Hoje eu queria que o vento não varresse a rua
Hoje eu queria que os cheiros não fossem tão insistentes
Hoje eu queria que minhas borboletas negras voltassem a seus casulos
Hoje eu queria que minha língua se esquecesse de seu papel
Hoje eu queria que a fé deixasse de ser uma coisa irreal
Hoje eu queria que meus lábios não fossem tão pálidos
Hoje eu queria que minha alma não fosse tão gasosa
Hoje eu queria que meus desejos não fossem tão nocivos
Hoje eu queria que meu ser não fosse tão diabólico
Hoje eu queria que a lua não fosse malditamente luminosa
Hoje eu queria que a felicidade fosse constante
Hoje eu queria que o medo não fosse um deus tão poderoso
Hoje eu queria que meus olhos não fossem tão amargos
Hoje só hoje, apenas hoje, queria que meu coração voltasse a bater.