E me sentia só, sempre com os mesmos movimentos
repetitivos.
O pequeno garotinho franzino sentado no balanço do jardim,
esperando a companhia de alguém que nunca veio.
E me sentia sem rosto, sempre imaginando uma vida fictícia
cheia de magia e esperança
E me sentia estranho, sempre falando sozinho enterrado em
minha própria cabeça
O pequeno garotinho que queria ter asas para voar o mais
alto que pudesse, queria ser especial.
E me sentia feio, sempre com a mesma expressão catastrófica.
E me sentia frio, sempre com a mesma saudade de uma vida
que nunca vivi.
O pequeno garotinho que viu o sangue sair dos pulsos até não
sentir mais aquela absurda dor que não tinha nome.